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ARTE E CULTURA

Considerado ponto turístico da capital cearense, Museu da Fotografia Fortaleza amplia forma de comunicação com público

MFF completou quatros anos em atividade e possui obras fotográficas nacionais e internacionais

Quem caminha ou passa de carro pela rua Frederico Borges, mais precisamente em frente ao número 545, no bairro Varjota, considerado um polo gastronômico e importante ponto turístico por parte dos moradores da cidade de Fortaleza, não deixa de reparar na magnífica edificação do prédio, que se tornou um local ao encontro e discussão da arte fotográfica, atraindo turistas do Brasil e do mundo.

Antiga sede do Instituto Brasil – Estados Unidos (IBEU), a fachada passou por uma reforma, que ficou  mais chamativa, contemporânea e de traços marcantes, e já pode ser considerada uma atração à parte. Mas é o interior do edifício exuberante que guarda um dos maiores acervos de fotografia. Abordando de uma maneira ampla as inúmeras possibilidades de estudo, apresentação e interpretação da coleção como um todo, o patrimônio do local segue sendo disponibilizado para os mais diversos públicos.

Inaugurado no dia 10 de março de 2017 com a coleção “Paula e Silvio Frota”, idealizadores do Museu da Fotografia Fortaleza (MFF), a instituição abriga extensa coleção particular formada pelo casal de empresários, desde meados dos anos 1980. O local, que recebia presencialmente, até antes da pandemia, cerca de quatro mil visitantes por mês, poderiam conferir dois andares de acervo fixo, além de outro que recebe exposições temporárias.

As obras fotográficas surpreendem os visitantes e passeiam por um espectro de temas diversos como conflitos mundiais, sensualidade em Hollywood, regionalismos da região Nordeste,  misturados num conjunto de imagens de imensurável valor pelas lentes de vários fotógrafos do Brasil e do mundo. Tratam de registros históricos, fotorreportagens, arquivos fotográficos, retratos, paisagens e crônicas visuais.

Com um acervo diversificado, já esteve fotografias que levaram as assinaturas de fotógrafos nacionais e internacionais como as de Henri Cartier-Bresson, Steve McCurry, Cindy Sherman, Robert Capa, Evandro Teixeira, Sebastião Salgado, Gabriel Chaim, por exemplo. No MFF, estão expostas nas paredes do Museu, por meio de imagens, grandes acontecimentos históricos do país e do mundo, como as guerras mundiais, da Ditadura Militar brasileira, dos conflitos que arruinaram a Síria, dos protestos de 2013 no Brasil, entre vários outros momentos importantes.

Bonito por fora e por dentro, o Museu é o segundo do gênero especialmente para a área da fotografia no Brasil (o primeiro está em Curitiba) e o terceiro entre os países latino-americanos. Uma conquista e tanto para Fortaleza e da região Nordeste. O MFF já é considerado um ponto turístico da capital cearense.

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Uma das preciosidades de destaque, é a icônica “Menina afegã”, que tem apenas 25 originais espalhados pelo mundo e um deles está exposto no MFF

Por dentro do Museu

O prédio tem 2.500 m2 de área, em cinco pisos: três de exposições, um de auditório e recepção e o subsolo para a parte administrativa. Por causa da pandemia, a visitação presencial está temporariamente suspensa devido ao decreto estadual.

No acesso principal, uma grande escada marca a entrada, além de uma rampa para cadeirantes, destacada por um recuo que funciona como uma “pequena praça”, na qual está plantada uma carnaúba, árvore típica do semiárido nordestino, trazendo, dessa forma, o toque regional do MFF.

No primeiro andar do Museu ocorre o revezamento de exposições temporárias que acontecem no local, que muda a cada três meses com novas obras, tanto de fotógrafos nacionais quanto estrangeiros, trazendo as mais novas produções e clássicos que mostram a variedade e riqueza da fotografia, através de uma curadoria atenta e multicultural, que abordam temas diversos para a arte fotográfica, que é o objeto e atração principal do MFF.

Nos outros dois pavimentos, o visitante irá conhecer as exposições permanentes, com o último piso dedicado às imagens de lugares e imagens da região do Nordeste brasileiro.

No terceiro andar do MFF, encontra-se um terraço parcialmente coberto, que tem vista para a cidade, e uma sala multiuso. No subsolo, como já mencionado, fica a parte administrativa e de apoio, incluindo uma reserva técnica para o acervo. O espaço conta também com auditório para palestras e oficinas, biblioteca, exibição de filmes, livraria temática e café.

Todos os assuntos relacionados à arte fotográfica podem ser encontrados neste local. O rico patrimônio visual que o MFF possui permite a ampla apreciação da fotografia com inúmeras possibilidades de estudo e interpretação, ligadas a estética e história da arte.

Comunicação com o público

O Museu da Fotografia Fortaleza completou quatro anos em 2021 e ampliou sua forma de comunicação com o público. Por causa da pandemia, a visitação do Museu não está aberta ao público em geral e algumas atividades estão sendo realizadas por meio das redes sociais da instituição.  Segundo o assessor do MFF, Tomaz Maranhão, a conexão com a internet contribuiu ainda mais com a expansão do número de visitantes e ampliou o alcance do acervo para sociedade pela democratização da cultura.

O Museu também tem como objetivo tornar acessível e constante a educação pela fotografia por meio do seu acervo, e de obras do mundo inteiro. “Pensando nessa ampliação e na democratização do acervo pensamos na realização de exposições virtuais tanto com imagens já expostas como em uma proposta futura que contará com imagens inéditas da instituição. Semanalmente, disponibilizamos em nossas redes sociais, imagens do acervo com suas leituras e informações”, enfatizou Tomaz.

Isso favoreceu também para que a comunicação pela internet fosse uma nova maneira de estar próximo do público. “Nossa comunicação com o público em geral sempre foi muito ativa a partir das redes sociais. São vídeos no YouTube, postagens, lives”, relatou Tomaz. Além disso, o engajamento e ações diárias aumentou nas mais diversas plataformas da web.

A estudante de jornalismo, Maria Isabel, revela que esses novos meios de comunicação do museu também ajudaram ela a se aperfeiçoar e conhecer técnicas de fotografia. “É muito bom que o público em geral possa ter esse contato virtual com o Museu de Fotografia, pois Fortaleza é uma cidade cultural tão rica e que a arte possa alcançar um maior número de pessoas a terem acesso a diversas aulas, oficinas, na área fotográfica, nessa época em que a maioria da população está em casa”, mencionou.

Recentemente, Maria fez uma oficina que foi oferecida pelo MFF e acredita que essas práticas possam auxiliar ela no seu currículo, futuramente, em uma oferta de estágio ou emprego, pois seu maior sonho é trabalhar com a fotografia na área do jornalismo. “As oficinas e os cursos ofertados são muito bons e acredito que mais técnica fotográfica eu tenha conhecimento, isso pode me ajudar bastante no meu futuro profissional”, contou.

Já para Pedro Moraes, que deseja ser um fotógrafo profissional, acredita que com os cursos e oficinas administradas pelo MFF, pela internet, isso ajuda bastante na sua futura profissão. Recentemente, ele fez o curso online de fotografia com o celular, lançado especialmente como uma forma de comemorar os quatro anos da instituição.

“É muito bom aprender técnicas, o que tem de novidade na área da fotografia. Esses cursos, workshops, oficinas, do Museu da Fotografia Fortaleza, contribui bastante para quem deseja ser um fotógrafo profissional”, menciona Pedro.

“Levamos o nosso acervo para o Instagram, fazemos lives com fotógrafos e artistas locais e nacionais, além das oficinas e pequenas ações como os nossos quadros de vídeos com dicas sobre livros e ação educativa”, informou Tomaz. Um dos pontos principais da instituição é que o local busca realizar projetos para além de expor imagens, mas também ensinar a fotografia na teoria e prática.

Relevância histórica/cultural do MFF

Como espaço cultural, o MFF reúne e divulga obras do mundo inteiro para a apreciação plena da arte, e o Museu busca tornar acessível o acesso da população à arte fotográfica. Pensado originalmente para fotógrafos, amantes da fotografia e o público que nunca teve contato com exposições dessa natureza, o fator educacional também é uma das premissas do Museu. Como ferramenta educativa, ensina e incentiva a percepção, produção, profissionalização e evolução do olhar por meio de cursos e eventos diversos.

O MFF oferece vários tipos de treinamento, tanto para iniciantes, como para aqueles que precisam se especializar. Além disso, o equipamento realiza uma série de ações que visam a divulgação de novos talentos e a promoção da fotografia contemporânea a partir da realização de cursos e visitas guiadas para a terceira idade e de oficinas e workshops voltados a artistas, estudantes e educadores.

“Oferecemos oficinas de fotografia de celular, câmera obscura, câmera pinhole, fotografia documental, ressignificação de imagens através do corte e colagem, e oficinas de desenho e pintura. O planejamento das oficinas acontece mensalmente, onde o núcleo educativo reúne-se e avalia as melhores ações para cada mês”, informou Tomaz.

Portanto, o MFF é o espaço da fotografia brasileira e mundial, registrando a memória audiovisual, desenvolvendo-se como centro cultural ativo, exibindo e promovendo expressões artísticas contemporâneas e clássicas.

O MFF desempenha um grande trabalho voltado a proteger, preservar e guardar acervos fotográficos de valor histórico e sociocultural

Função social

Outro ponto principal do MFF é sua função social para além do espaço expositivo. A instituição agrega os projetos "Museu na Comunidade" e "Museu no Interior", responsáveis por atuar em comunidades da capital e do interior (Maracanaú, Jericoacoara e Redenção).

A ideia é levar crianças e jovens em situação de vulnerabilidade ao contato com a teoria e prática acerca da área da fotografia. As ações educativas fora da estrutura física do equipamento ganharam a parceria de iniciativas públicas e privadas. Além destes projetos, o equipamento realiza atividades com instituições como Apae, Iprede, Edisca, Associação Peter Pan e Lar Torres de Melo.

“Com o público dos nossos projetos sociais, a comunicação acontece de forma mais direta e com a presença dos nossos parceiros institucionais, como: as Secretarias de Educação, tanto da Prefeitura quanto do Estado; Superintendência do Sistema Estadual de Atendimento Socioeducativo; Instituto dos Cegos, entre outros”, comunicou Tomaz.

Faça um breve passeio virtual pelo MFF:

Serviço

Museu da Fotografia Fortaleza

Visitação: Rua Frederico Borges, 545, Varjota.

Funcionamento: Por causa da pandemia, a visitação presencial está temporariamente suspensa devido ao decreto estadual.

Contato: (85) 3017.3661.

Mais informações:

Instagram @museudafotografiafortaleza e site: www.museudafotografia.com.br

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